top of page
Buscar
  • Foto do escritorfilmescults

As Aventuras de Mr. Hulot no Tráfego Louco | Jacques Tati | França | 1971

Na filmografia do diretor/ator francês Jacques Tati(1907–1982), encontramos obras do mais fino humor, repletas de ironia aos costumes modernos e ao progresso, com suas parafernálias inventadas para tornar a vida mais prática. Porém, o seu eterno e atrapalhado personagem sr. Hulot, com sua peculiar visão do mundo, inverte o princípio de tudo isso, transformando a pseudopraticidade em deliciosa confusão. O crítico Conrado Heoli, do site Papo de Cinema, escreveu sobre a última obra de Tati realizada para o cinema: “’As Aventuras de Mr. Hulot no Tráfego Louco’(França, 1971) é recheado do humor de Tati, mas o filme também conta com observações pontuais sobre consumismo, o poder da publicidade e a (falta de) habilidade na comunicação interpessoal”. Leia abaixo o texto completo.



Papo de Cinema - crítica


A comédia e a melancolia sempre andaram lado a lado no cinema de Charles Chaplin, Buster Keaton e também na obra de Jacques Tatischeff. A equação que delineia este arriscado e pouco usual subgênero ganha contornos ainda mais tocantes em As Aventuras de Mr. Hulot no Tráfego Louco, longa-metragem que marca a despedida do icônico personagem e antecipa o fim de um breve, porém encantador legado cinematográfico deixado pelo gênio cômico Tati.

Desta vez, Monsieur Hulot deixa Paris rumo a uma exposição de automóveis em Amsterdã, onde ele é esperado para apresentar um ultramoderno motorhome equipado com acessórios surpreendentes, como uma churrasqueira interna e um chuveiro ajustável. Acompanhado da relações públicas Maria (Maria Kimberly), Hulot não demora para descobrir os desafios que a viagem lhes reserva – pneus furados, falta de combustível, policiais excêntricos e o tráfego louco prometido pelo título nacional da produção, entre outros imprevistos.

O derradeiro filme de Tati como Hulot segue a estrutura familiar de seus percussores, que antecipam o destino do personagem e evidenciam que se trata apenas de uma questão de tempo para que ele, assim como o espectador, conquiste seu objetivo final. Mas o que move o protagonista é o que realmente interessa, e desta vez suas desventuras seguem o fluxo veloz dos automóveis que preenchem a tela, iluminados não só por suas próprias suas luzes arrítmicas, mas essencialmente pelo magnetismo de Tati/Hulot.





1.740 visualizações

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page