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Berlinale 2022 - 72ª Edição do Festival Internacional de Cinema de Berlim


A abertura do evento aconteceu ontem, dia 10, e o longa de François Ozon, Peter Von Kant, fez as honras abrindo o Festival.

Ozon presta uma bela homenagem ao diretor Rainer Werner Fassbinder, nesta livre releitura de The Bitter Tears of Petra Von Kant.

O filme se passa dentro de um apartamento, assim como o de Fassbinder, mas dessa vez de um diretor de cinema, Peter Von Kant (Denis Menochet), regado à muitas bebidas, sexo, drogas, humilhações e amores doentios.

O mimado diretor, tem um apaixonado assistente que está sempre à disposição, Karl (Stephan Crepon). Ele não fala uma sílaba durante o filme, apenas obedece às ordens mais exorbitantes de seu venerado Mestre.

O espírito adormecido de Peter acorda quando ele conhece Amir (Khalil Ben Gharbia), o jovem sedutor, aspirante a ator, que vai inspirar e inflamar o ego de Von Kant.

Dessa forma vai se desenrolar um triângulo amoroso, entre os três homens, carícias ardentes, juras de amor, humilhação entre o mentor Peter, seu pupilo Amir e o olhar profundo e melancólico do calado Karl.

Menochet nos brinda com belas representações, como no dançante monólogo do desespero, em que seu personagem ensandecido, bêbado, faz uma bela cena entre os cômodos da luxuosa casa, emoldurada com fotos da sua mais recente criação, Amir.

E uma bela surpresa aparece, quase no final do filme, a atriz Hanna Schygulla, que interpreta Karin, a jovem que completa o lésbico triângulo amoroso no filme de Fassbinder. Além disso, nossa querida Isabelle Adjani, interpreta a atriz-ex-musa do diretor e que introduz Amir, na vida do querido (leia com sarcasmo) amigo.

Bom filme, com belas cenas e atuações.



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